sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O Pilates como Coadjuvante no Tratamento da Escoliose


A escoliose é um desvio tridimensional da coluna vertebral, onde ocorre a rotação, inclinação e extensão das vértebras envolvidas, resultando no desvio lateral da coluna, aumento da curva lombar e diminuição da curva torácica. Popularmente reconhecida como um “C” ou “S” na coluna, atinge principalmente crianças e adolescentes, embora possa desenvolver-se apenas na idade adulta. Sua incidência é maior no sexo feminino. Podem ser classificadas em dois grupos de acordo com a sua etiologia: as escolioses estruturais ou permanentes, que não podem ser corrigidas, apenas aliviados os sintomas; e as escolioses não estruturais ou corrigíveis após a eliminação de sua causa (que pode ser má postura, assimetria de membros inferiores, espasmo muscular). Contudo, cerca de 80% dos casos de escoliose tem causa desconhecida. O indivíduo com escoliose pode sofrer por transtornos estéticos, dor e limitação funcional.
Por ser uma doença de característica evolutiva, é de fundamental importância que o indivíduo seja submetido o mais precocemente a algum tipo de intervenção terapêutica. No caso de crianças e adolescentes isso se torna ainda mais urgente, pois enquanto estiverem em fase de crescimento haverá provável evolução da curva escoliótica. O tratamento deve então durar até que cesse o crescimento ósseo.
O pilates tem se revelado um aliado importante no tratamento da escoliose, visto que promove a melhora do alinhamento corporal, da consciência corporal e da flexibilidade. Estudos tem demonstrado que o método pilates é eficaz no combate à evolução da escoliose, melhora da função e diminuição da dor.
Existe uma grande variedade de exercícios capazes de promover o reequilíbrio da musculatura da coluna escoliótica, aumentando a flexibilidade das áreas rígidas e fortalecendo os segmentos mais enfraquecidos. Os mais indicados são os que trabalham com rotações, inclinações, flexões e extensões de tronco, a fim de ganhar mobilidade; e os de fortalecimento da musculatura do tronco.
Algumas sugestões são:
-> Marmeid ou Sereia: pode ser realizado sentado, ajoelhado ou em pé. Inspire. Expire realizando uma flexão lateral da coluna, acompanhada de abdução máxima do ombro contralateral ao movimento (ex. inclinação para direita com elevação do braço direito). Inspire retornando a posição inicial.
-> Spine Strech Twist: sentado com membros inferiores estendidos, braços em 90 graus de abdução, ombros relaxados, coluna alinhada e neutra. Inspire. Expire realizando uma rotação de tronco. Inspire voltando à posição inicial. Expire realizando uma rotação de tronco para o lado inverso. Inspire voltando à posição inicial.
-> Mergulho: também pode ser realizado sentado, ajoelhado ou em pé. Inspire. Expire realizando um rolamento da coluna, iniciando pela flexão de cabeça, até que alcance flexão máxima de tronco. Inspire. Expire desenrolando a coluna a partir da região lombar até que a cabeça volte à posição inicial.
-> Swimming: deitado em decúbito ventral (barriga para baixo), membros superiores estendidos acima da cabeça. Inspire. Expire elevando o tronco e movimente braços e pernas simulando um nado (ex. braço direito e perna esquerda se elevam enquanto o braço esquerdo e a perna direita abaixam). A lombar e a pelve permanecem neutras. A respiração nesse exercício de alterna enquanto durar a serie.



É importante lembrar que a eficácia do tratamento varia de acordo com a idade do paciente, tipo de escoliose (estrutural ou não estrutural), nível e grau da curva escoliótica. Quanto mais precocemente for feita a intervenção, seja em crianças ou adultos, melhores os resultados.
Kézia Caroline Nino Göecking
Fisioterapeuta (59366-F)
Instrutora de Pilates
Formação em RPG
Oficina de Pilates: 3022.8448 | 4141.2420

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